Se você é humano ou algum alienígena muito legal você já ouviu falar de Alice no País das Maravilhas e já assistiu aquela adaptação linda da Disney de 1951 que contém partes dos dois livros que Carroll escreveu para Alice Liddell publicados em 1865 e 1872 respectivamente.
Lewis Carroll
O gênio que escreveu essas obras primas é Charles Lutwidge Dodgson, mais conhecido por seu pseudônimo Lewis Carroll, ele nasceu em 27 de janeiro de 1832, na pequena cidade de Daresbury no condado de Cheshire na Inglaterra. Formou-se com louvor na Universidade de Oxford. Foi escritor, professor e, como passatempo, pintava e fotografava. Carroll foi um dos primeiros a dar forma escrita às peculiaridades do mundo onírico e suas duas principais obras renderam, e ainda rendem, muitas outras. Morreu em 1898, em Guildford no sul da Inglaterra, em decorrência de uma bronquite.
Aventuras de Alice no País das Maravilhas
Alice era uma menina muito polida, peculiar, curiosa e imaginativa que não gostava de livros sem figuras e nem diálogos. Um dia ela estava no jardim de sua casa e sua irmã estava lendo esses tais livros sem figuras e conversas para ela, era coisa chata da escola. Ela vê um coelho de colete e paletó dizendo “Ai, ai! Ai, ai! Vou chegar atrasado demais!” e sai correndo atrás dele. Alice cai na toca do coelho e vai para o País das Maravilhas onde encontra personagens já muito conhecido como o Chapeleiro Maluco, a Lebre de Março, o Gato de Cheshire e a Rainha de Copas, e outros nem tão conhecido para aqueles que não leram os livros como o Grifo e a Tartaruga Falsa. Desde que cai na toca, Alice não estranha muitas coisas que vê, assim como não estranhou um coelho falante, mas também acha muitas coisas estranhas como um gato falar que que todos são loucos lá inclusive ela.
A história termina como você já conhece e se você não conhece, corre ler para saber.
Através do Espelho e o que Alice encontrou por lá.
Em “Através do Espelho” Alice vai para o que ela chama de País do Espelho e encontra a Rainha Vermelha e a Rainha Branca. Ela passa por coisas ainda mais sem sentido, como ovelhas donas de lojas, um jogo de xadrez um tanto quanto maluco, irmãos gêmeos confusos, flores falantes, um rei dorminhoco, um cavaleiro desengonçado e etc. Mas no final, tudo acabou em gatos.
Eu não posso falar muito de Alice no País das Maravilhas já que sou uma grande fã das obras de Carroll e com certeza Alice é meu livro favorito desde sempre, eu me identificava muito com ela quando criança e, para ser sincera, até hoje. Os livros têm tudo aquilo que Carroll sempre tem em suas obras, nenhum sentido. Nenhum encontro faz grande diferença no final porque nada faz sentido, mas essa é que é a graça, a falta de sentido nas obras de Carroll é que dão esse toque tão especial do autor em seus livros.
Algumas curiosidades sobre Alice
Alice por Salvador Dalí (1969).
Alguns ilustradores de Alice no País das Maravilhas
1865-1866 John Tenniel (Inglaterra, 1820-1914)
1868 Lewis Carroll (Inglaterra, 1832-1898)
1898 Blanche McManus (Estados Unidos, 1970-1935)
1901 Peter Newell (Inglaterra, 1867-1939)
1907 Arthur Rackham (Inglaterra, 1867-1939)
1929 Willy Pogany (Hungria, 1882-1939)
1940 Zelda Fitzgerald (Estados Unidos, 1918-1948)
1946 Mervyn Peake (China, 1911-1996)
1966 Tove Jansson (Finlândia, 1914-2001)
1969 Salvador Dalí (Espanha, 1904-1984)
1970 Max Ernst (Alemanha, 1891-1976)
1970 Peter Blake (Inglaterra,1932-)
1988 Anthony Browne (Inglaterra, 1961-)
1994 Tony Ross (Inglaterra, 1938)
1999 Lizbeth Zwerger (Áustria, 1954-)
Cena particularmente engraçada de Alice in Wonderland de Clyde Geronimi (1951).
Principais Filmes
Desde 1903, quando o cinema ainda era mudo, Alice no País das Maravilhas vem sendo filmado. São dezenas de adaptações, de várias nacionalidades, e algumas mais fiéis ao texto, das quais elencamos as principais.
1931 primeiro filme com som, dirigido por Bud Pollard.
1933 primeira superprodução de Hollywood, Alice in Wonderland, dirigida por Norman Mc Leod.
1951 Walt Disney produz o desenho animado Alice in Wonderland, dirigido por Clyde Geronimi, que se tornaria um clássico.
1972 primeiro musical para cinema: Alice’s Adventures in Wonderland, dirigido por William Sterling.
2010 outra superprodução: Alice in Wonderland dirigida por Tim Burton (o qual amo de paixão por motivos óbvios).
Alice Liddell fotografada por Carroll.
Uma certa vez, Lewis Carroll escreveu uma carta para uma criança sua amiga:
“Você costuma brincar de vez em quando? Ou a ideia que você faz da vida é ‘café da manhã, fazer lições, almoço, fazer lições e assim por diante’? … Essa seria uma forma muito organizada de viver, e seria quase tão interessante quanto ser uma máquina de costura ou um moedor de café”.
Acho que essa carta resume bem como Carroll não gostava de ver crianças submetidas à disciplina e às rotinas mecânicas surgidas com a industrialização da Inglaterra de sua época. Criança não deve ter responsabilidade nenhuma, a não ser a responsabilidade de imaginar que o chão da sua casa é lava e só os móveis são seguros, ou que ela é um super ladrão internacional de jóias e que o rejunte dos pisos de sua casa são aqueles lasers malucos. Elas são as únicas que conseguem manter a capacidade de imaginar por um tempo moderado. Nós escritores, somos eternas crianças imaginativas que nunca cresceram e que sempre tentarão não crescer.
Fontes:
– Alice no País das Maravílhas, editora Cosac Naify (2010);
– Alice – Aventuras de Alice no País das Maravilhas & Através do Espelho e o que Alice encontrou por lá, editora Zahar (2009);
– Meu querido cérebro, fonte de 90% dos posts desse blog.
Sou a orgulhosa proprietária de todos os itens acima.